Famoso ateu Christopher Hitchens revela arma contra a religião: a irônia

Famoso ateu Christopher Hitchens revela arma contra a religião: a irônia
Christopher Hitchens (foto), que hoje completa 62 anos, enviou uma carta a um congresso de ateus americanos no qual conclama que se mantenham unidos para continuar a “revolução secular”. Afirmou que arma dos ateus contra a literalidade dos religiosos devem ser o “espírito irônico”, a mente aberta e a corajosa busca da verdade “contra essas forças temíveis e abjetas”.
Hitchens é um dos principais pensadores do chamado “novo ateísmo”. Escreveu vários livros, entre os quais “Deus não é Grande – como as religiões envenenam tudo”, traduzido em vários idiomas, incluindo o português do Brasil. Os religiosos afirmam que ele é um dos quatro Cavaleiros do Apocalipse. Os demais são os ateus Richard Dawkins, Sam Harris e Daniel Dennett.
O congresso ateísta se realizou no dia 21 de abril, Sexta-Feira da Paixão. Hitchens mandou a carta porque não pôde estar presente. Ele sofre de câncer de esôfago. A doença, diagnosticada em junho de 2010, avança rapidamente. Ele informou na carta que já perdeu a voz.
“Acreditem em mim quando digo que estou junto com vocês, mesmo que não corporalmente (só em espírito, mas metaforicamente….)”, escreveu.
Nos últimos anos, Hitchens destacou não só como escritor, mas também como debatedor com religiosos sobre crença e descrença. Na carta, ele escreveu que agora vem tendo uma “longa discussão” com o “fantasma da morte” e já sabe que perderá, porque “nunca ninguém ganhou”.
Afirmou que, por causa da doença, a ideia de redenção e de libertação pelo sobrenatural lhe parece mais “oca e artificial”. Informou que sua esperança de salvação advém da camaradagem dos amigos e parentes e da ciência médica avançada.
Disse que essas forças, entre outras, um dia vão libertar a humanidade das “algemas forjadas pelo servilismo e superstição”. “É a solidariedade inata, e não o despotismo divino, que é a fonte de nossa moral e senso de decência.”
A carta de Hitchens tem tom de despedida. Ele escreveu que nos últimos anos surgiu uma “resistência genuína e espontânea” contra o “absurdo sinistro” e a “ilusão letal”, que são a religião. Disse se sentir honrado por ter participado dessa resistência.
Fonte: Paulopes

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